SERRA DA CANASTRA - DELFINÓPOLIS
Lá vamos nós para mais uma aventura, naterradosoutros vai visitar parte da Serra da Canastra, desta vez sem dois de nossos integrantes, meu irmão Fabrício e minha tia Lena. Eu e Claudia partimos para nosso primeiro acampamento, tenho quase 50 anos e nunca tinha acampado, mas nunca é tarde para a primeira vez.
Queríamos conhecer a Serra da Canastra e a Claudia estava doida para experimentar o queijo canastra, então começamos a pesquisar os campings da região e chegamos ao Camping Claro Casa de Pedra em Delfinópolis, parecia uma boa pedida para uma primeira vez, apesar do valor que achei um pouco caro 35 reais a diária por pessoa, mas a infra-estrutura era boa com banheiro, energia e as trilhas para 5 cachoeiras incluídas. Decidimos partir na sexta e voltar na segunda feira, eram quase 5 horas de viagem e resolvi fazer um trajeto um pouco mais longo pelo estado de São Paulo que um amigo que tem parentes em Delfinópolis havia me mostrado, rodovias boas, sem serras e terra.

Na minha cidade infelizmente não temos muitas alternativas para adquirir materiais para camping e como decidimos na última hora não tinha como comprar pela Internet, então pegamos uma barraca NORD para 3 pessoas na Centauro, uma lanterna e um colchão de ar em oferta no Carrefour, dois coolers antigos com coisas para lanche (já que não íamos cozinhar lá) e lá fomos nós.
Sexta 10:40hs depois de um checkup no nosso bravo fiesta partimos em direção a Buritizal-SP pela rodovia Anhanguera, depois Franca e Cassia para atravessar de balsa até Delfinópolis, foram quatro horas e meia de uma viagem bem tranquila, sem muito trânsito e asfalto muito bom. Na fila da balsa fomos abordados por um senhor vendendo mel e pela insistência dele acabamos comprando uma garrafa por dezesseis reais. O tempo nublado não deu umas fotos muito boas na travessia, mas já havia previsto que apenas no domingo o tempo ia abrir.
 |
Travessia da balsa |
Chegando na cidade fomos até a praça da igreja e paramos num café muito arrumado para pegar informações e comer uma delícia de pão de queijo, o local chama Divino Café ao lado da prefeitura, recomendo o local para quem passar em Delfinópolis.
 |
Paróquia Divino Espírito Santo |
 |
BR 464 |
Saindo da cidade era só pegar a BR464 por sete quilômetros, porém apesar de ser uma rodovia federal ela não é asfaltada, mas o piso está razoável, até melhor do que algumas ruas e avenidas asfaltadas de Uberlândia.
Chegando ao camping fomos recebidos pelo Fabio, um cara super gente boa e muito atencioso, o camping é muito bom, com muitos pontos de energia no gramado, bem arborizado e mesas/bancos de concreto espalhados no camping. Um vestiário com chuveiros quentes e muito limpo, além de lugar para lavar as coisas. Quando chegamos havia apenas duas barracas montadas num canto, como já estava escurecendo e ameaçando chuva armamos a barraca bem rápido e não deu para analisar bem o terreno, uma chuva fina começou e acabamos fazendo um lanche e já indo para dentro da barraca.
 |
Chegando no camping Primeira noite na garoa |
Sábado, por volta de quatro e meia da manhã, ainda com garoa começamos a escutar gente falando, cantando e armando barracas, era uma turma de São José do Rio Preto que armaram nove barracas bem perto da gente, ao levantar percbemos um canto em meio das árvores e com solo mais nivelado e fizemos a mudança do local, o tempo ainda estava nublado mas sem chuva, um dia branco.
 |
Amanhecendo com os novos vizinhos |
Tomamos um lanche e partimos para as cachoeiras na trilha controlada pelo camping, as trilhas levam a cinco cachoeiras, do Tombo, da Paz, da Gruta, do Tenebroso e Cidade de Pedra. Não são trilhas pesadas e está muito bem sinalizada.
 |
Começando a trilha |
O tempo nublado ajudou na caminhada e a primeira cachoeira é bem perto e de fácil acesso, na nossa frente havia uma família com um casal e duas crianças, um menino de colo e uma menina de uns quatro anos toda animada e andando na frente dizendo que era aventureira! Um pouco acima a cachoeira da Paz muito linda e água geladíssima e cristalina. Continuando trilha acima passamos por uma barragem e logo chegamos na cachoeira da gruta onde como o nome já diz, tem uma gruta atrás da queda d'água, a penúltima é a do Tenebroso, esse nome deve ser porque a principal queda fica meio escondida e para fotografa-la melhor tive que subir num galho de uma árvore, ela é a mais longe da trilha. Em todo o caminho encontramos poucas pessoas, provavelmente pelo horário e o tempo, mas havia um casal sempre a nossa frente e conversamos um pouco sobre conseguir um atalho para a última cachoeira sem ter que voltar para a trilha, porém é uma subida íngreme no meio da mata, eles foram na frente e como não voltaram resolvemos arriscar, foi a parte mais difícil da trilha e com certeza a mais emocionante, chegando lá a cachoeira tinha uma queda bem pequena mas o lugar muito bonito. Voltamos trilha abaixo e paramos na barragem para descansar um pouco, aí sim começaram a chegar mais pessoas e sossego diminuiu, é uma pena que até hoje ainda tenham pessoas sem consciência ecológica que largam latinhas de cerveja em toda a trilha, voltando mais um pouco paramos na primeira cachoeira (do Tombo) e aproveitamos um pouco de sua água gelada.
 |
Cachoeira do Tombo |
 |
Pedras bastante lisas justificam o nome dessa queda d'água |
 |
Cachoeira da Paz |
 |
Cachoeira da Gruta |
 |
Cachoeira do Tenebroso |
 |
Águas muito cristalinas |
 |
Manobra pra tirar a foto no Tenebroso |
 |
Última queda do Tenebroso |
 |
Fazendo a trilha onde não tem trilha |
 |
Cachoeira Cidade de Pedra |
 |
Represa |
Voltamos das cachoeiras por volta de meio dia e nos preparamos para um almoço na cidade. Após um bom banho quente no camping partimos para a cidade para matar a fome, no camping é servido almoço a vinte e cinco reais por pessoa para come a vontade, mas como nós comemos pouco essa opção fica muito cara pra gente. Então partimos para o centro de Delfinópolis, meu amigo Reginaldo havia me falado de um restaurante com comida por kilo na praça do poliesportivo da cidade, achamos fácil e a comida é boa, além disso gastamos menos de trinta reais.
 |
Restaurante do Mamão |
A Claudia estava doida para experimentar o queijo canastra e conversando com o Fabio do camping, ele disse que o único lugar que acharia por ali seria na queijaria que fica na serra, uns quarenta quilômetros de lá, então depois de almoçar pegamos a BR464 novamente só que em sentido contrário em busca do queijo, subindo a serra sempre na terra deparamos com muitas paisagens lindas,




passamos por algumas entradas para outras cachoeiras e depois de muito sobe e desce e diversos mata-burros encontramos a Queijaria, uma fazenda muito arrumada e com um local exclusivo para degustação do queijo, cachaça e cerveja artesanal, não exste muita variedade do queijo e compramos um meia cura, partimos um pedaço para comer lá e tomar uma cerveja que é de Ribeirão Preto, depois soubemos que o dono também era de lá, é um lugar muito legal para passear com paisagens da serra muito bonitas. Na volta paramos também numa outra fazenda na beira da estrada que vendia geleias e licores e levamos uma geleia de carambola com pimenta.
 |
Queijaria |
 |
Loja com visão da estufa dos qeijos |
 |
Cachaça |
 |
Cerveja artesanal com o queijo canastra meia cura |
Na volta para o caming algumas fotos do pôr do sol e a chegada no final da tarde na nossa barraca para um lanche e mais uma noite desta vez com estrelas no céu!
 |
Pôr do Sol na BR464 |
Pela manhã já com o tempo bom é hora de desfrutar das cachoeiras!
 |
Organizando nosso cantinho para sairmos rumo as cachoeiras |
Fomos rumo as cachoeiras novamente agora com o objetivo de entrar e aproveitar a manhã nas águas geladas, escolhemos primeiro a cachoeira da paz e consegui superar o frio para fazer umas fotos debaixo da queda d'água, depois na do tombo ficamos aproveitando as águas mais calmas do poço.
 |
Cachoeira da Paz |
 |
superando o friiiiio |
 |
Cachoeira do Tombo |
Neste domingo já haviam mais pessoas aproveitando o dia e nós voltamos a cidade para almoçar novamente no restaurante do mamão e planejar o próximo passo, o problema é que eu tinha esquecido de tirar dinheiro e só tinha 10 reais e não podíamos voltar pela balsa porque para atravessar tinha que pagar 20 reais, então descobrimos que só havia um banco Sicoob na cidade, uma lotérica fechada e um posto avançado do Bradesco que fecha sábado meio dia e nenhum banco 24horas. Havíamos pesquisado o camping Paraíso Perdido perto de Furnas e fomos em direção a São João Batista do Glória pela terra na BR464. Mas essa é história para a próxima postagem.